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NASCE UMA BORBOLETA
Lá vem a elegante lagarta
Que se arrasta pelas folhagens
E nelas hospeda-se farta
- Alimenta-se nas passagens.
Visita a vasta natureza
Dando voltas com doce graça;
Pousa na relva com realeza,
Abraça o tempo que passa!
Viaja sobre um galho no rio,
Aporta-se na tarde azul e rosa;
Seu corpo já sente o vazio,
Aquieta-se... não quer mais prosa.
Bem longe, pára o belo inseto
De comer e de trafegar,
Pendura-se com leves gestos
Num graveto a observar.
A partir de ímpar momento,
Nenhum ruído ou canto soa;
Cessam os cantos, os lamentos
Dos seres que ali povoam.
Com esforço, almeja o infinito;
No casulo remexe-se sem ajuda.
Não há ninguém, nenhum grito
E, por si só, abriga-se muda!
O pequeno ser imóvel, espera
A borboleta sai e vê a grande esfera!
Metamorfose ... nenhum lamento!
Abraça o céu azul das quimeras!
Cida Maia Oliveira
Enviado por Cida Maia Oliveira em 04/07/2012
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