Extasiando-me sempre diante da beleza
da rosa, faço uma reflexão sobre sua cor, forma,
camadas e matizes que a compõem.
O que primeiro me chama a atenção é a
sequência harmoniosa das suas pétalas
entrelaçadas, sobrepostas milagrosamente;
são espirais que decrescem até
encontrar seu interior minúsculo.
Antes, era um simples botão fechado, que do seu âmago
surgiam, gradativamente, numa auto-realização
natural, seu belo despontar, independente da sua posição
entre as várias espécies de flores, despertando alegria
em muitos seres que a contemplam.
Tratando-se da natureza humana, posso deduzir
que o ser verdadeiro existe em cada um de nós; se
pouco a pouco despertarmos, veremos o lado mais profundo
do nosso ser, com todas as camadas que possuimos.
Presumo que nossa satisfação mais profunda,
independe da posição social que ocupamos, posses, conquistas
culturais, beleza física, ente outros aspectos.
Acredito que todas as realizações são pautadas
numa relação de confiança em nós mesmos,
nas próprias possibilidades, principalmente se
são direcionadas à serviço do melhor.
As rosas encantam pela sua autenticidade,
obedecendo passo a passo o desenrolar do seu desabrochar;
jamais se transformaria numa violeta
ou num lírio, para agradar quem quer que seja.
Assim refletindo, pergunto-me: porque nós não
atendemos ao chamado do nosso eu interno
e não vislumbramos nossas reais essências, dotações,
para serem dinamizadas em prol de um bem maior?
Se retirarmos a parte minúscula de uma rosa,
certamente suas pétalas desvanecerão.
Se esquecermos das nossas possibilidades
verdadeiras e mais profundas, deixaremos de realmente
dar mais sentido à vida...
caminharemos pela existência sem realmente existir.