"Pela primeira vez..."
À sombra de um arvoredo enfeitando a praça, me surgiu de repente, o desejo de escrever, inspirando-me num romance que li, há tempos. E como eu já estava com um caderno nas mãos que havia acabado de comprar numa papelaria próxima dali, a inspiração fluiu.
Um banco meio escondido, alí estava à sombra e comecei a rabiscar pela primeira vez neste local; parecia um monólogo, claro, mas pretendia uma conversa mais longa do que do que de costume. Nestes tempos atuais, as linguagens entre amigos e amados são tão telegráficas e cheias de simbolismos inventados, os entes queridos vão se adaptando, ou se ausentando por certo tempo, sem se satisfazerem por completo.
Sinto-me feliz ao falar sobre alguém muito querido, e, espero, que esta pessoa tão especial seja paciente com a minha tagarelice e me leia de coração aberto, mas sei também que irei surpreendê-la. Iniciei esta fala muda deste jeito, mesmo sabendo que não me é costumeira.
Penso que muitos que se amam ou são amigos, já disseram um ao outro conhecidas frases: "creio que sempre te conheci”; “não me lembro em que lugar ou em que tempo"; “já vi este sorriso algumas vezes, etc... Acredito nestas sensações repentinas, quando olho aquela foto emoldurada e que com carinho beijo-a bem no cantinho dos lábios.
Quantas vezes esta pessoa me demonstrou nessas falas silábicas, seu gosto pelo mar verde, com aquelas ondas rendadas, que me causam enorme vontade de compartilhá-las; a brancura da areia; o vento roçando as faces e desmanchando os cabelos prateados da cabeça, num “flash” de felicidade. Sei que seus parceiros de trabalho o admiram, assim como os mais próximos;
Também é certo, que já fitou seu olhar diversas vezes naquele Cristo Redentor no alto do morro, fazendo uma prece silenciosa; acredito na forma sagrada, que tem de considerar a sua família, pois sempre notei que tem forças suficientes e bom senso para desviar-se dos rumos traiçoeiros para não perdê-la.
Essa criatura querida e muito amada, não é perfeita, como todos não o são, muitas vezes permanecendo desligado de certas atenções, mas pressinto sua responsabilidade por tudo que abraça e também por aqueles “a quem cativa”, conforme alguém já disse um dia.
Sondo sua alma, mesmo quando diz “sim”, entendo”, pergunte-me o que quiser”, etc... num diálogo sempre restrito, mas denotando algo mais profundo.
Creio que seja um ser que jamais valerá a pena esquecer e sei que também não me quer tão distante.
Até seus silêncios são válidos para mim, embora me anuviem a alma, mas eu também me silencio e até chego a amar a quietude, para os pensares fluírem com mais nitidez, analisando os sonhos amadurecidos, os acasos inexistentes, as crenças, a esperança - alavanca da fé - na vida com suas nuances, e, em mim mesma.
Não sei quantas vezes este amado ser chorou, mas, diante do meu “desabafozinho”, confesso que na minha face já rolaram intermitentes e insistentes pingos mudos por vários motivos, que apressei-me em contornar; depois, dei risadas sozinha pelas coisas irrefletidas!
Cultivo, além disto tudo, a alegria e meus amores: minha arte, meus versos, amigos insubstituíveis, embora ausentes e uma bela família, etc... ; e, falar desta maneira, me fez falta, motivada pela saudade impaciente.
Rogo ao nosso Grande Mestre, que nos abençoe e nos carregue nos braços quando fraquejarmos, e, que Ele se deleite com o nosso crescimento espiritual, nossa alegria e paz junto àqueles a quem amamos.
Depois destes rascunhos, parei e percebi que o tempo havia se esgotado; guardei estas simples palavras e prometi que iria divulgá-las, pois todas elas saíram do fundo do meu coração.
Estou feliz por não abusar dos torpedos, ou falar como se eu fosse uma taquígrafa! Apesar disto, importo-me sim com estes meios eletrônicos que tanto me fazem falta - tudo é válido quando temos dentro de nós algo tão maravilhso. Até dei risadas estranhando esta conversa à sós! Levantei-me e saí dizendo, como sempre, aos passarinhos e aos amigos amados: beijinhos doces ...Bye...Bye... inté...
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IMAGENS DE FUNDO: Google
FORMATAÇÃO: Cida