Confissões de um Poeta
Fazem poucos anos que nossos corações se ligaram,
que nossos versos se encontraram, se abraçaram e
aplausos mútuos nos cobriram de luz.
Debrucei-me nas tuas linhas, vendo a saudade e os
sonhos se aconchegarem mansos. Procurei nessas frestas,
um lugar onde eu poderia estar no âmago das tuas
doces e talentosas inspirações.
Impregnei-me de devaneios, amor e alegria, findaram-se
em mim por alguns momentos, as nostalgias e incertezas.
Encantei-me com teu semblante sereno, tuas linhas
poéticas singulares, sem jamais te ver, te tocar, ter
escutado a tua voz, sentir teu abraço e me deliciar
com teu sorriso. Ah! Mesmo assim comecei a te amar!
Escondi meu amor por ti, pautado no medo, mas cheio
de enredo e ilusões – arrependi-me de não tê-lo
confessado, pois talvez assim, não terias te afastado
de mim ficando aberto a outro amor.
Tuas palavras de afeto foram rosas perfumadas
embalando o meu triste ser. Poemas de amor eu te fiz,
sem que percebestes, como chamas acesas e com
detalhes fortes e iluminados, que não se apagaram
no esvoaçar do tempo, difíceis de serem banidos
do pensamento, matizados de esperanças. Às vezes
te encontro nas esquinas dos meus sonhos, fitando
o brilho do teu olhar, mas com receio de te amar.
E quando me vejo na lucidez, minha solidão brota
outra vez e dialogando com minh’ alma melancólica,
anseio por teu amor a me cingir um dia.
Meu amor nem tão antigo, mesclado de tons amigos,
em mim sempre viverá. Hoje, vou juntar meus pedaços
de saudade e de solidão, além do sol, diante do mar...
pedaços de ilusão, de amor, de poesia e de paixão.
Pode ser que em qualquer hora, num atalho do caminho,
eu te reencontre, meu amado, e possamos banir
preconceitos, saber que poderemos ter o direito
de nos amarmos de uma vez.